Sendo sincero, como anda sua relação com a bebida? [pesquisa]

Convidamos todos e todas, beberrões e quem não bebe nada, para participarem dessa pesquisa nacional e nos ajudar a oferecer caminhos práticos para cultivar uma relação mais consciente com a bebida

Nota: Queremos o máximo de diversidade nas respostas da nossa pesquisa, por isso, reabrimos a coleta nacional sobre o consumo de álcool, pois tivemos dificuldades em encontrar mulheres acima de 40 anos que morem no Nordeste. Pedimos de coração que, se você for uma mulher com esse perfil, nos ajude a entender de qual forma se relaciona com o álcool preenchendo o formulário. Se conhecer alguém, pedimos a indicação deste link, vai ser uma força enorme. Pra conhecer nossa motivação por todo esse trabalho, leia o restante do artigo. Obrigado! ;)

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Ser uma pessoa adulta parece quase sinônimo de beber regularmente. E é bastante raro pararmos pra refletir sobre porque bebemos como bebemos.

Mas nem sempre foi assim. Antes dos colonizadores chegarem ao Brasil, os índios já faziam uso de uma bebida alcoólica chamada "cauim", produzida à base de mandioca mastigada e cuspida. Só que beber era reservado apenas a momentos rituais e festas específicas, num contexto cultural bem demarcado.

Hoje, todo dia é dia. Na tristeza, na alegria, no tédio, na paquera, nos fins, nos momentos de desconforto, ao conhecer uma pessoa nova, no almoço de família aos domingos, nos reencontros, nos happy hours, nos jogos do time do coração, na Copa, nas eleições, nas crises, nas grandes conquistas, nas festas do trabalho. Qualquer motivo basta pra servir mais uma dose e brindar.

Álcool sempre esteve presente em nossa civilização, entretanto, talvez nunca com tamanha facilidade de acesso e baixo custo.

Um brevíssimo panorama

Beber vem junto com alegrias e tristezas. Há quem vire copos cheios de felicidade e outros que botam pra dentro suas angústias. Mas como distinguir as luzes das sombras nessa relação?

Metade da população brasileira bebe, a outra não. Desse montante, 11% lida com dependência, e outros 10% já não estão lá numa relação muito saudável.

Dando mais zoom nos dados, notamos que 1 em cada 6 jovens de 18 a 24 anos lida com dependência de álcool em algum nível. Se o recorte for entre os homens, a proporção aumenta pra 1 em cada 4. A média do primeiro gole é aos 13 anos. E o consumo regular já se estabelece aos 14.

Todos esses dados são do primeiro Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira (LENAD, para os íntimos).

Da chegada de Dom Pedro até as calçadas lotadas de gente brindando uma cervejinha no verão, de norte a sul, o que aconteceu?

Será que estamos bebendo mais do que nossos ancestrais ou apenas levando adiante um padrão similar de consumo? Há motivo para preocupação ou levantar essa conversa seria um moralismo histérico, querendo encontrar problema onde não há?

Por que as pessoas bebem, pra início de conversa? Por que consomem desta ou daquela maneira? Moderada ou abusivamente? Por que será que sob o efeito da mesma quantidade de álcool algumas pessoas ficam alegres, outras ficam agressivas ou mesmo violentas? O quanto nossa fase de vida, gênero, raça, orientação sexual, status de relacionamento e tantas outras variáveis impactam em como bebemos?

Como a nossa resposta para essas perguntas é um sonoro "não sei", estamos realizando uma pesquisa nacional para compreender melhor as luzes e sombras da nossa relação com o álcool.

Temos à bordo os experts da Zooma para realizar toda a coleta e análise estatística. São os mesmos parceiros com quem trabalhamos na produção do estudo-documentário "Precisamos falar com os homens?", em 2016.

Nossa aspiração é utilizar o conhecimento gerado para beneficiar as pessoas e trabalhar em parceria com instituições, universidades e ONGs, como vocês têm acompanhado por meio de nosso Instagram:

Preencha nossa pesquisa 100% anônima aqui (é rápido, indolor e talvez seja sua primeira reflexão sobre o tema)

Aqui está o questionário (as perguntas são fáceis de responder):

Pode clicar na imagem pra abrir o questionário também :)

Se puder nos ajudar compartilhando o link da pesquisa com amigos e familiares, seja por whatsapp ou em suas redes sociais, agradecemos muitíssimo. É essencial termos respostas de segmentos sociais diversos, de pessoas que bebem e que não bebem.

Não adianta só termos as perspectivas de quem ama ou odeia álcool, de quem é dependente ou de quem não bebe nada, precisamos escutar todo mundo.

Contamos com a sinceridade e disposição de vocês. Seguimos o papo nos comentários, como de praxe.

Um grande abraço!

Para se aprofundar:


publicado em 18 de Fevereiro de 2019, 13:30
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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