Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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A ideia inicial de fazer fotos de nu artístico parece um pouco amedrontadora. Há pessoas e pessoas. "Como é que eu vou tirar a roupa na frente de um fotógrafo?", até mesmo quando há amizade e parceria entre fotógrafo e modelo, a ideia inicial ainda é um pouco estranha.
Porém, foi dos ensaios de nu que eu passei a aceitar meu corpo. Minha autoestima elevou muito, porque eu comecei a fazer nu artístico depois de terminar um namoro abusivo onde eu não podia ser modelo nem de roupa. Ser fotografada nua, e ver os corpos de outras meninas, minhas curvas, as curvas delas; tudo isso me fez realizar o quão lindo o corpo feminino é, de todas as maneiras.
Eu sempre tive problemas de autoestima porque sou muito magra, então não tenho curvas bonitas que uma mulher "ideal" teria. Mas eu aprendi a aceitar isso e que esse é meu corpo, essa sou eu e eu tô bem com isso. Eu não preciso ter peitos enormes pra ser bonita, minha autoestima e personalidade me fazem muito mais bonita do que meu decote.
Então, sim, foi ficando pelada na frente de estranhos (estranhos escolhidos, com os quais eu conversei antes e se mostraram confiáveis - não fotografe com alguém que não te passe confiança) que eu aprendi a me aceitar. E eu altamente recomendo, porque é uma experiência incrível tanto o momento das fotos quanto ver o resultado.
Às vezes aprendemos a enxergar que temos muito mais potencial do que pensamos, e que não é o fim do mundo não ter um corpo "padrão".
As fotos são do Felipe Watanabe.
Boa semana a todos.
publicado em 15 de Janeiro de 2018, 00:00